quarta-feira, agosto 11, 2010

Brasil - péssimo para negócios


O Brasil caiu 23 posições no ranking Doing Business, do Banco Mundial, que analisa a facilidade para a realização de negócios em 155 países do mundo. O Brasil ficou em 119º lugar – está entre os piores países do mundo, perdendo para nações como Nigéria, Albânia e Sri Lanka. No ano passado, o País ficou em 96º lugar. 

Um dos motivos para a queda no ranking é estatístico: no ano passado, o índice analisava 135 países e, neste ano, são 155. Além disso, foram introduzidos três novos itens – carga tributária, comércio internacional e alvarás de funcionamento. No quesito impostos, que analisa a carga tributária e a eficiência de cobrança, o Brasil foi muito mal – ficou em 140º lugar. 


“Vários países foram incluídos no ranking, o que levou o Brasil a perder posições”, diz Marcelo Rocha Lu, analista do Banco Mundial em Washington. “Além disso, o país não foi tão ativo nas reformas”. 
O ranking analisa a eficiência dos países medindo a burocracia, o custo e o tempo necessários para abrir um negócio, operar, exportar e importar, contratar e demitir funcionários, pagar impostos e fechar uma empresa. “A eficiência colabora para o crescimento”, diz Lu. 

Se o Brasil subisse para a posição do Chile – 25º lugar –, o País teria um aumento de 2,2 pontos porcentuais no crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB), queda de 3,3 pontos no desemprego e redução de 9 pontos porcentuais na informalidade da economia, que chega a 40%. 

As 10 melhores economias do mundo em termos de facilidade para a realização de negócios são Nova Zelândia, Cingapura, Estados Unidos, Canadá, Noruega, Austrália, Hong Kong, Dinamarca, Reino Unido e Japão. 

Países do Leste Europeu são ágeis para fazer reformas 

Os países do Leste Europeu, especialmente Sérvia e Montenegro e Geórgia, foram os mais ágeis na instituição de reformas. Os países africanos Níger, Sudão, Chade, República Centro-Africana, Burkina Fasso e República Democrática do Congo ficaram em último lugar. 

O Brasil teve desempenho sofrível em vários itens. No quesito leis trabalhistas, o País tem um dos processos mais caros do mundo para demitir um empregado, por causa da multa que o empregador paga sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “O efeito disso é que o empregador acaba não demitindo um funcionário ineficiente e deixa de contratar alguém mais produtivo”, diz Lu. 

Apesar da força do setor exportador, o País ficou em 107º lugar em termos de facilidade em comércio exterior. Para Lu, o mau desempenho se deve à papelada necessária para exportar e importar. Na exportação de um produto, do armazém até dentro do navio, são necessários 39 dias, sete documentos e oito assinaturas. Só para comparar, na Dinamarca são três dias, dois documentos e uma assinatura. 

No item adesão a contratos, o País foi bem – 70º lugar – porque concorre com países onde o Judiciário é bem menos confiável, diz o analista. Em governança corporativa, o País também teve bom desempenho, chegando ao 66º lugar. 

A boa notícia é que, no ano que vem, o Brasil deve subir bastante no ranking por causa da Lei das Falências, cuja aprovação ainda não teve reflexos no relatório deste ano, diz Lu. “Em 2006 o Brasil deve ficar entre o 78º e o 83º lugar”. 

Com a nova lei, considerada uma das reformas mais audaciosas pelo Banco Mundial, o tempo que uma empresa leva para encerrar suas atividades deve cair de 10 para 5 anos. “Se a nova lei brasileira funcionar, como a adotada pela Espanha, ela poderá injetar R$ 204 bilhões na economia em seis anos”, consta do relatório.



(ja é de se esperar =/)

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